Kurt Cobain, Nirvana e a música

abril 5, 2009

Poucas pessoas parecem alterar a ordem em que as coisas estão previamente estabelecidas. É preciso muito mais do que simplesmente um ato grandioso. É necessário doses de criatividade, muita irreverência e, claro, uma total loucura!

A música corre pelos mesmos trilhos acima. Qualquer um faz música. Qualquer um faz uma batida. Mas para mudar o rumo da história, apenas fazer bem feito não basta. Apenas agradar o público não traz marco nenhum. Isso deve explicar porque tantos músicos sobem rápido e desaparecem na mesma velocidade que decolam! Agradam à multidões de fãs, mas não os fazem se sentir diferentes e nem faz nada diferente para o mundo, especialmente o da música.

Pessoas dançavam nos bailes escutando músicas de Elvis Presley. Jimi Hendrix revolucionou o rock com sua guitarra distorcida tocada ao contrário. Os Beatles trouxeram músicas ritmadas e letras recheadas a jovens cheios de rebeldias. Estudantes cantaloravam as poesias musicadas de Renato Russo em Legião Urbana no colégio. E vários outros exemplos temos no cenário nacional e mundial.

Kurt Cobain e o aclamado Nirvana quebrou paradigmas, trouxe novidades e mudou a história da música com seu som grunge. A história da música novamente se dividiu entre o antes e o depois. E “Smells Like Teen Spirit” foi esse marco.

Nirvana - Nevermind

Nirvana - Nevermind

O Nirvana conquistou os adolescentes da época. O segundo álbum e o mais famoso da banda, Nevermind, lançado em 1991, emplacou nas paradas vendendo 500 mil cópias em apenas um mês. O público da época queria novamente uma revolução na música e conseguiram. Cansados de bandas cheias de visuais espalhafatosos e arranjos complexos e exagerados em seus instrumentos, a proposta simples da banda emplacou. Menos era mais. Músicas simples e diretas.

Quem não sabia tocar o solinho de “Come As You Are” para os amigos da escola? Mesmo quem nunca segurou o instrumento aprendia rápido o trecho. E quantas pessoas não ficaram fascinadas ao ver que tocar um instrumento não era algo tão impossível e resolveram continuar?

As letras eram simples:

Come as you are, as you were
As I want you to be

ou

I’m on a plain
I can’t complain
I’m on a plain

Dotados desse novo conceito de se fazer música, várias outras bandas surgiram seguindo a onda grunge da época. E tantas outras se inspiraram na premissa de Kurt. E, até hoje, a melodia arranhada do Nirvana inspira novos artistas.

No dia 05 de abril de 1994, Kurt Cobain decidiu deixar esse mundo tão maluco para ele encerrando uma carreira meteórica iniciada em 1986. O Nirvana deixou um legado de fãs órfãos. Com uma morte digna de artistas polêmicos, seu suicídio, assim declarado pela polícia, é contestado até hoje. Alguns declaram que Kurt foi assassinado, mas é fato que, na época, o vocalista do Nirvana já se encontrava em um estado “deprê”.

Talvez considerava o mundo pouco para ele, ou ele pouco para o mundo que criou. Loucura? Sim, mas explica mais uma vez que, para marcar época, é necessário estar regado de total loucura… Mas, mesmo 15 anos após o fim da banda, o Nirvana, comprova que ficará no hall das bandas lembradas para sempre, assim como os garotos de Liverpool.